Como humanos, somos todos seres sociais. É um fato que estar na presença de outras pessoas e compartilhar momentos com quem amamos nos dá prazer, traz satisfação. Mas, muitas vezes, a ideia de socialização se sobrepõe ao estar sozinho. Diferentemente da solidão, o conceito de solitude surge para quebrar a ideia de que devemos estar sempre em companhia.
Desde crianças somos ensinados sobre a importância de estar junto à família e de criar laços de amizade. Valorizar a companhia e conviver com outras pessoas é essencial para que seja possível criar o senso de coletividade, para receber estímulos sociais, para aprender a dividir. No entanto, o recolhimento também precisa ser compreendido como algo positivo.
Entre a solitude e o isolamento nocivo existe uma tênue linha. E, assim, estar sozinho deve ser um momento aproveitado, do qual é possível tirar lições importantes, em qualquer fase da vida.
Não ter medo do silêncio, do estar sozinho. A solitude é gostar de estar com você mesmo. De acordo com o conceito utilizado pelo filósofo Paul Tillich, é neste momento que a mente se tranquiliza e uma pessoa consegue entrar em contato com sua essência.
Ao encontrar a beleza no silêncio, os pensamentos se organizam e os sentimentos se tornam, aos poucos, mais simples de compreender. É dessa maneira, enxergando a capacidade de ficar sozinho de forma positiva, que se desenvolve uma sustentação emocional para viver em diversos ambientes.
Relacionamentos, de qualquer natureza, devem ser construídos com base no afeto, não na dependência. Buscar alguém para preencher um vazio criado por suas inseguranças e incertezas não é a resposta para uma vida completa. Esse vazio, geralmente conhecido como solidão, causa a sensação de que algo externo pode suprir suas necessidades.
A solidão, no entanto, pode ser necessária inicialmente para a tomada de consciência e compreensão de que somos seres únicos e devemos valorizar essa característica, enaltecendo nossas individualidades. A solitude, por sua vez, nos ensina a preencher o vazio com o que descobrimos em nós mesmo.
É essencial para que você possa se ouvir - sem distrações e influências externas, é possível assimilar com clareza o que se quer, o que precisa, quem você é, sem esperar aprovação dos outros.
Constrói autoconfiança - o autoconhecimento proporcionado pela solitude permite sentir prazer com sua própria companhia e, assim, perde-se o receio de estar sozinho e de mostrar quem você é.
Permite que novas ideias surjam - deixar a mente livre é importante para se desligar de padrões que você costuma repetir junto aos outros. Uma rotina agitada, sem pausas, pode ser um bloqueio para a criatividade.
Durante seus dias, tente criar momentos com você mesmo. Uma caminhada, uma meditação, ouvir uma música. Aproveite sua companhia e a se desenvolva a partir disso - a solitude é um aprendizado para qualquer fase da vida.
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-31062008000100007 - acessado em 29/06/2020
https://www.sbie.com.br/blog/entenda-a-diferenca-entre-solidao-e-solitude/ - acessado em 29/06/2020