25/08/2022
Todo ano, a importância da amamentação é relembrada com a campanha Agosto Dourado. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o leite materno é o melhor alimento para o bebê. Tanto que a orientação é que ele seja o alimento exclusivo até os seis meses de vida do bebê e está comprovado que crianças que são amamentadas ficam menos doentes e são mais bem nutridas do que aquelas que ingerem qualquer outro tipo de alimento. Porém, a amamentação nem sempre é um processo fácil e há muitas informações erradas que podem confundir a mãe que está amamentando. Por isso, é importante esclarecer quais são os mitos e verdades sobre a amamentação.
VERDADE! O leite materno contém anticorpos, que ajudam o bebê a desenvolver a imunidade mais rapidamente. Além disso também possui glóbulos brancos, células-tronco e enzimas protetoras que combatem infecções e podem ajudar na recuperação de doenças. O leite materno protege contra infecções respiratórias, diarreias, alergias, otites e outras doenças na infância. Por isso, é considerado quase uma vacina, mas não significa que o bebê não precise estar em dia com o esquema vacinal.
MITO! Quanto mais a mãe estimula o seio a produzir leite, mais ela terá. A doação de leite materno é fundamental para ampliar as chances de recuperação de bebês prematuros e/ou de baixo peso que estão internados em UTIs neonatais, além de proporcionar um desenvolvimento mais saudável por toda a vida. Toda mulher que amamenta é uma possível doadora de leite humano. Basta ser saudável e não tomar medicamentos que interfiram na amamentação. É importante lembrar que um litro de leite materno doado pode alimentar até 10 recém-nascidos por dia.
VERDADE! O leite materno é considerado um alimento vivo porque se adapta a cada necessidade e fase do bebê. O leite muda do começo até o final da mamada, do começo até o final do dia, vai mudando também conforme o tempo de vida do bebê e oferece tudo que a criança precisa para sua nutrição e também para o sistema imunológico. Destacamos aqui três fases:
Colostro - com aparência transparente ou amarelada, esse primeiro leite contém proteínas e anticorpos, é fundamental para a proteção do bebê;
Leite de transição - produzido entre o 6º e o 15º dia após o nascimento do bebê, é um leite mais denso e volumoso, rico em gorduras e carboidratos;
Leite maduro - começa a ser produzido por volta do 25º dia e possui uma aparência consistente e esbranquiçada. É composto por proteínas, gorduras, carboidratos e outros nutrientes.
MITO! O bebê é quem faz o horário de amamentação. Nos primeiros meses, ele ainda não tem um horário para mamar e a mãe pode dar o peito sempre que o bebê demonstrar fome. Com o tempo, a criança vai fazer seu próprio horário de mamadas. Alguns bebês são rápidos e levam de 5 a 10 minutos para mamar. Outros podem levar até 40 minutos. A mãe deve continuar amamentando até o bebê perder o interesse, pois é ele quem vai determinar o tempo suficiente. É importante conseguir uma boa “pega”, o que significa a criança conseguir abocanhar a maior parte possível da aréola para evitar fissuras, em uma posição que seja confortável tanto para ela quanto para a mãe.
VERDADE! Embora a secreção de leite seja pequena nos primeiros dias após o parto, menos de 100 ml por dia. Entretanto, já no quarto dia, a mãe produz, em média, 600 ml de leite. Na amamentação, o volume de leite produzido varia, dependendo do quanto a criança mama e da frequência. Quanto mais volume de leite e mais vezes a criança mamar, maior será a produção de leite. Normalmente, a mãe é capaz de produzir mais leite do que a quantidade necessária para o bebê.
MITO! Não existe leite fraco. Até uma mãe com desnutrição leve ou moderada é capaz de produzir um bom leite. Todos têm a mesma constituição. A figura do leite fraco surgiu da comparação com o leite de vaca. A aparência mais aguada do leite materno, faz com que a mãe considere o seu leite inferior, acreditando que não serve para atender às demandas da criança. O leite materno tem todas as substâncias na quantidade certa que o bebê precisa para crescer e se desenvolver de forma saudável. O leite do início da mamada é mais “ralo”, pois contém mais água, menos gordura e grande quantidade de fatores de defesa, além de mais vitaminas e sais minerais. O leite do fim da mamada é mais grosso, visto que tem mais gordura e engorda o bebê. Ele precisa tanto do leite do começo quanto o do fim da mamada.
VERDADE! A utilização de mamadeira pode provocar doenças e até colocar a vida do bebê em risco se ela não for bem lavada ou se a água usada para limpeza não for potável, pois há uma chance maior o leite ficar contaminado. Chupetas e bicos também não devem ser oferecidos porque podem fazer com que o bebê rejeite o peito da mãe, além de causar problemas nos dentes, na fala e na respiração. É importante saber que amamentar os bebês imediatamente após o nascimento pode reduzir a mortalidade neonatal, cujo risco é maior até o 28º dia de vida.
MITO! Segundo o artigo 9º do Estatuto da Criança e do Adolescente, é dever do governo, das instituições e dos empregadores garantir condições propícias ao aleitamento materno. Todas as mães têm o direito de amamentar seus filhos. No trabalho, em casa e até quando estão privadas de liberdade, elas têm direito a alimentar o filho no peito. O aleitamento materno é também um direito da criança.
VERDADE! Uma amamentação prazerosa, os olhos nos olhos e o contato contínuo entre mãe e bebê fortalecem os laços afetivos. A amamentação é uma forma muito especial de comunicação entre a mãe e o bebê e uma oportunidade para a criança aprender muito cedo a se comunicar com afeto e confiança.
MITO! A gestação não é contraindicação para amamentar. A gestante pode continuar amamentando se assim desejar e se a gravidez for normal. Deve-se, apenas, aumentar o consumo de calorias e de líquidos. E não é preciso desmamar o mais velho. Muitas crianças interrompem a amamentação espontaneamente durante a nova gravidez.
VERDADE! Durante o período de aleitamento, as taxas de determinados hormônios que favorecem o desenvolvimento desse tipo de câncer caem na mulher. Além disso, alguns processos que ocorrem na amamentação promovem a eliminação e renovação de células que poderiam ter lesões no material genético, diminuindo assim as chances de câncer de mama na mulher. Quanto mais prolongada for a amamentação, maior a proteção para a mãe e o bebê.
VERDADE! A amamentação é uma forma de alimentação sustentável. Como é produzido pela mulher e oferecido direto da mãe ao bebê, o leite materno não precisa de preparo. Portanto, não utiliza água, gás, energia elétrica e embalagens. Por isso, não agride ao meio ambiente. Além disso, a criança amamentada adoece menos, evita o uso de medicamentos e internação hospitalar.
Quer saber mais sobre o tema? Acesse o podcast Mais que um Palpite com explicações de especialistas em aleitamento materno.
https://bvsms.saude.gov.br/amamentacao/ - acessado em 05/08/22;
https://www.unicef.org/brazil/aleitamento-materno - acessado em 05/08/22;
https://portal.fiocruz.br/amamentacao - acessado em 05/08/22;
https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/nutricao/aleitamento-materno/ - acessado em 05/08/22;
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutricao_aleitamento_alimentacao.pdf - acessado em 05/08/22;
https://rblh.fiocruz.br/mitos-e-verdades - acessado em 06/08/22;
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutricao_aleitamento_alimentacao.pdf - acessado em 06/08/22;
https://bvsms.saude.gov.br/19-5-doacao-de-leite-humano-a-pandemia-trouxe-mudancas-a-sua-doacao-traz-esperanca/#:~:text=%C3%89%20importante%20lembrar%20que%20um,cada%20vez%20que%20for%20alimentado. - acessado em 09/08/22;
https://www.scielo.br/j/csc/a/Trz3GfpjZvBfGT3BfFygs4v/?lang=pt#:~:text=A%20cren%C3%A7a%20do%20leite%20fraco&text=A%20apar%C3%AAncia%20aguada%20do%20leite,forte%20%E2%80%93%20o%20leite%20de%20vaca - acessado em 09/08/22;
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/agosto/leite-materno-passa-por-transformacoes-de-acordo-com-cada-etapa-de-desenvolvimento-do-bebe - acessado em 12/08/22;
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/album_seriado_aleitamento_materno.pdf - acessado em 12/08/22.
PP-UNP-BRA-0540