A trombose acontece quando um coágulo impede o fluxo de sangue em um vaso sanguíneo. Quando esse vaso é uma artéria, o quadro se chama trombose arterial. Estimativas da Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia indicam que uma em cada quatro pessoas no mundo morre por condições causadas pela formação de trombos, como também são chamados os coágulos. Mesmo assim, a maioria das pessoas desconhece a doença. Continue a leitura e tire suas dúvidas sobre sintomas, fatores de risco, diagnósticos, tratamento e prevenção.
De acordo com a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular, os registros no Brasil não são precisos, mas calcula-se que, a cada mil habitantes, um ou dois sejam acometidos por trombose. Já nos EUA, estima-se que sejam 300 mil casos anualmente, enquanto na Europa esse número chega a 500 mil.
A trombose arterial ocorre quando a formação de um coágulo sanguíneo bloqueia completamente ou prejudica o fluxo de sangue de uma artéria, que são os vasos de médio e grande calibre do nosso corpo responsáveis por transportar o sangue rico em oxigênio e nutrientes para os tecidos.
Por serem de extrema importância para a nutrição e oxigenação de órgãos, o bloqueio do fluxo de sangue nas artérias pode provocar quadros de saúde bastante graves, como acidente vascular cerebral (AVC) e infarto.
Na trombose arterial, o coágulo ou trombo se forma dentro de uma artéria e provoca condições graves de saúde, como AVC e infarto. No entanto, essa não é a forma mais frequente de trombose, embora seja considerada a mais grave.
A mais comum é a chamada de trombose venosa, que ocorre quando o coágulo sanguíneo está localizado em uma veia. As veias são vasos que levam o sangue dos órgãos para o coração e podem ser superficiais ou profundas, de pequeno, médio ou grosso calibre. O coágulo formado nas veias profundas pode criar condições para o tromboembolismo venoso (TEV), em que o trombo se desprende e “viaja” pela circulação, podendo se alojar em órgãos como o pulmão, onde provoca a chamada embolia pulmonar.
Existem diversos fatores de risco que contribuem para a formação de coágulos sanguíneos em veias e artérias do corpo:
Uso de anticoncepcionais ou tratamento hormonal;
Tabagismo;
Ficar sentado ou deitado muito tempo;
Hereditariedade;
Gravidez;
Presença de varizes;
Idade avançada;
Pacientes com insuficiência cardíaca;
Câncer;
Sobrepeso ou obesidade;
Distúrbios de coagulação hereditários ou adquiridos.
No caso específico da trombose arterial, depósitos de gordura nas artérias – chamado de aterosclerose – são a principal causa para a formação de trombos nesses locais. Isso porque esses depósitos estreitam os vasos e ainda tornam suas paredes mais rígidas, aumentando o risco para a formação de coágulos. Nesse caso, os fatores de risco além dos já citados são:
Alimentação rica em gorduras e açúcares;
Falta de exercícios físicos;
Excesso de ingestão de bebida alcoólica;
Condições de saúde como hipertensão, colesterol alto e/ou diabetes;
Histórico familiar de aterosclerose.
Há ainda algumas condições de saúde que podem aumentar a coagulação sanguínea e aumentam o risco para a trombose arterial, como é o caso de quem possui fibrilação atrial no coração ou teve Covid-19.
Por provocar quadros mais graves como AVC e infarto, os sinais e sintomas de trombose arterial podem ser mais evidentes e associados a essas ocorrências. São eles:
Dor no peito;
Falta de ar;
Tontura;
Fraqueza em um lado do corpo;
Mudança repentina de estado mental;
Rigidez muscular.
Uma vez que apareçam esses sintomas, é fundamental buscar ajuda médica o mais rápido possível. Quanto antes a trombose for tratada, melhor é o prognóstico do paciente.
O diagnóstico da trombose é feito pelo médico que, inicialmente, fará um exame clínico com base nos sintomas de cada paciente. Para confirmar, ele pode pedir alguns exames complementares, como:
Exames de sangue;
Eletrocardiograma;
Ecocardiograma;
Ultrassom Doppler de carótidas;
Doppler transcraniano;
Tomografia computadorizada;
Ressonância magnética.
Existem dois tipos de tratamento para a trombose arterial:
Medicamentos - remédios específicos chamados de anticoagulantes, que ajudam a dissolver os coágulos e restaurar o fluxo sanguíneo para os órgãos.
Procedimento cirúrgico - esse tipo de intervenção envolve um médico especialista que irá acessar a artéria afetada. Uma vez lá, ele pode:
Desbloquear o vaso com a implantação de um stent, por exemplo, que é um pequeno tubo inserido dentro da artéria, usado para abri-la e evitar um novo entupimento;
Criar um novo fluxo sanguíneo por meio de outro vaso;
Fazer um “desvio” no vaso, isolando a área bloqueada.
Sim. Algumas medidas e hábitos saudáveis podem reduzir o risco de desenvolver a trombose arterial. São eles:
Parar de fumar;
Apostar em uma dieta balanceada e saudável, rica em alimentos frescos;
Evitar a ingestão de alimentos ricos em gorduras, sódio e carboidratos;
Praticar ao menos 150 minutos por semana de exercícios, de acordo com recomendações da Organização Mundial de Saúde;
Manter-se dentro do seu peso ideal;
Reduzir ou cortar o consumo de bebida alcoólica.
Se você tem alguma condição de saúde que aumenta o seu risco para a formação de coágulos, é possível que seu médico recomende o uso contínuo de medicamentos para evitar o problema, como anticoagulantes e controladores de colesterol e pressão alta.
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PP-UNP-BRA-0036