A leucemia está entre os dez tipos de câncer mais comuns em todo o mundo, com cerca de 257 mil novos casos por ano. Em crianças, é o tipo mais frequente, com mais de 12 mil novos casos ao ano. A principal característica da doença é o acúmulo de células malignas na medula óssea, que substituem as células sanguíneas saudáveis.
A medula óssea é um componente que ocupa o espaço de dentro dos ossos e é responsável por produzir os seguintes componentes do sangue:
Hemácias - responsáveis por transportar oxigênio a todo o organismo;
Plaquetas - atuam na coagulação do sangue, evitando hemorragias;
Glóbulos brancos (leucócitos) - combatem as infecções do organismo.
A leucemia acontece quando uma célula do sangue que ainda não atingiu a maturidade sofre uma mutação genética e se transforma em uma célula cancerosa. Esse tipo não cumpre sua função adequadamente, além de se multiplicar mais rápido e morrer menos do que as células saudáveis. Dessa forma, as células cancerosas vão substituindo as células sanguíneas da medula óssea.
De acordo com a velocidade da evolução da doença, a leucemia pode ser dividida em aguda e crônica:
Aguda - acontece quando as células cancerígenas não conseguem realizar o trabalho das células saudáveis e se proliferam rapidamente. A doença se desenvolve de forma mais agressiva.
Crônica - as células ainda conseguem fazer parte do trabalho dos glóbulos brancos no início da doença. Os sintomas vão se agravando gradualmente e à medida que o número de células aumenta aparecem ínguas ou infecções.
As leucemias também podem ser divididas baseando-se nos tipos de glóbulos brancos que elas afetam: linfoides ou mieloides. São quatro tipos principais:
Leucemia linfoide crônica - se desenvolve de forma mais lenta e afeta principalmente pessoas acima de 55 anos.
Leucemia mieloide crônica - se desenvolve devagar, a princípio. Também acomete principalmente os adultos.
Leucemia linfoide aguda - avança rapidamente, se tornando grave. É o tipo mais comum em crianças pequenas, mas também pode ocorrer em adultos.
Leucemia mieloide aguda - avança rapidamente e pode ocorrer tanto em adultos como em crianças, mas a incidência aumenta conforme a idade.
Os sinais e sintomas da leucemia podem variar de acordo com o subtipo e evolução da doença. Eles também podem ser confundidos com outras doenças, por isso é importante procurar atendimento médico ao apresentar:
Febre acima de 38 graus;
Dor nos ossos ou articulações;
Hematomas, pontos vermelhos na pele e/ou sangramentos inexplicados;
Anemia;
Cansaço frequente e perda de peso sem razão aparente;
Ínguas no pescoço, axilas ou virilha;
Infecções frequentes, como candidíase ou infecção urinária.
A suspeita da doença pode ser confirmada por meio de exames de sangue e análise da medula óssea. Quando detectado no início, o câncer chega a ter 80% de chances de cura.
As causas da leucemia ainda não são bem estabelecidas, mas alguns fatores estão relacionados com o seu desenvolvimento. Desses, poucos são possíveis de serem evitados, como o hábito de fumar e a exposição a substâncias. Alguns fatores de risco:
Tabagismo;
Alta exposição à radiação;
Alta exposição ao formol, usado nas indústrias químicas, têxtil, ambientes de saúde e salões de beleza;
Alta exposição ao benzeno, substância encontrada na gasolina;
Exposição a agrotóxicos;
Síndrome de Down;
Infecção por hepatite B e C;
Histórico familiar da doença;
Idade avançada, com exceção da leucemia linfoide aguda, que é mais comum em crianças.
O tratamento da leucemia tem como objetivo destruir as células cancerígenas para que a medula óssea volte a produzir células saudáveis. A duração e tipo de tratamento varia de acordo com as especificidades do câncer:
Tratamento da leucemia linfoide aguda - é dividido em três fases. Na primeira, é feita a quimioterapia induzida a remissão das células cancerígenas. Na segunda, é feita uma terapia intensiva com quimioterápicos que ainda não tinham sido usados. A última fase é mais branda e contínua por vários meses.
Tratamento da leucemia mieloide aguda - passa pelas duas primeiras fases, como o tratamento da leucemia linfoide aguda. A terceira etapa só é necessária em casos de hemorragias graves durante o diagnóstico.
Tratamento da leucemia linfoide crônica - pode ser quimioterápico ou através de medicamentos orais e imunológicos. A escolha depende de aspectos do paciente, como idade, outras doenças, resistência à quimioterapia e evolução da leucemia.
Tratamento da leucemia mieloide crônica - é feito com um medicamento oral que inibe uma proteína anormal responsável por causar esse tipo de leucemia. Quando o tratamento não responde da forma esperada ou falha, pode ser necessária a quimioterapia e/ou o transplante de medula óssea.
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/leucemia - acesso em 26/06/2020
http://abrale.org.br/doencas/leucemia - acesso em 26/06/2020
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