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A alopecia areata é uma doença que provoca queda irregular do cabelo, causando falhas no couro cabeludo e, em alguns casos, a perda de pelos na face e em outras partes do corpo. A doença pode prejudicar a qualidade de vida de quem é afetado por ela, pois interfere na autoestima e na autoconfiança, podendo desencadear problemas psicológicos, como depressão e ansiedade. Até 2% da população mundial tem a alopecia areata. Continue a leitura para saber mais.

O que é a alopecia areata?

A alopecia areata é uma doença autoimune que provoca a queda irregular do cabelo. O sistema imunológico ataca os folículos pilosos, interrompendo o crescimento dos fios. Toda vez que eles nascem, acabam caindo. A queda ocorre repentinamente e causa falhas no couro cabeludo em formato oval ou redondo.

  • Com o tempo, o problema pode se intensificar, resultando na perda total dos fios de cabelo;

  • A doença também pode atingir os cílios e as sobrancelhas e, em algumas situações, os pelos de outras partes do corpo.

É possível que os fios cresçam novamente sem qualquer tratamento, pois o sistema imunológico não inutiliza os folículos pilosos responsáveis pela produção deles, ou seja, os folículos continuam “vivos”. Entretanto, os fios de cabelo ou pelo podem voltar a cair depois de um tempo.

Por isso, é essencial procurar um médico dermatologista logo nos primeiros sinais para que ele faça o diagnóstico e indique o tratamento adequado para gerenciar a doença da melhor maneira possível.

Quais são os tipos de alopecia areata?

Existem vários tipos de alopecia areata. Os três mais comuns são a alopecia areata, a alopecia areata total e a alopecia areata universal. As características delas são as seguintes:

Alopecia areata – é o tipo mais frequente. Causa queda de fios em um ou mais locais específicos, deixando uma falha em formato redondo ou oval no couro cabeludo ou em pelos de outras partes do corpo. Ela pode ou não se transformar em alopecia total ou universal.

Alopecia areata total – provoca a perda de todos os fios do couro cabeludo.

Alopecia areata universal – causa a queda de pelos em todo o corpo, incluindo couro cabeludo, sobrancelhas e cílios.

Quais as possíveis causas da alopecia areata?

Não se sabe exatamente o que faz o sistema imunológico atacar os folículos pilosos ocasionando a queda dos fios de cabelo e, em alguns casos, de pelos em outras partes do corpo. Mas existem algumas condições que podem levar a isso:

  • Genética – sabe-se que a doença tem relação com múltiplas variações genéticas, embora nem todos que tenham essas variantes desenvolvam alopecia.

  • Falta de vitamina D - sabe-se que a deficiência está associada a outras doenças autoimunes, por isso, também pode ter relação com a alopecia areata. Mas embora a deficiência de vitamina D já tenha sido constatada em algumas pessoas com a doença, em outras isso não é observado.

Quais são os fatores de risco para alopecia areata?

Qualquer pessoa pode ter alopecia areata. Entretanto, alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolvê-la, tais como:

  • Histórico familiar - em até 20% dos casos, o paciente costuma ter um ou mais familiares com o problema, sendo que o risco é ainda maior se o parente tiver perdido cabelo antes dos 30 anos devido à doença;

  • Idade - as chances de desenvolver o problema são maiores na faixa dos 40 anos de idade e antes dos 20;

  • Origem – hispânicos, negros e asiáticos são mais propensos;

  • Clima - há indícios que as épocas de temperatura mais baixa favorecem a queda de cabelos, sendo no inverno que se observa uma intensidade maior de casos de alopecia areata.

Existem doenças relacionadas à alopecia areata? 

Não é incomum que uma pessoa com doença autoimune também desenvolva outras doenças paralelamente, que são chamadas de comorbidades. As mais comuns relacionadas à alopecia areata incluem doenças imunomediadas e condições tópicas relacionadas com alergias. Também podem ocorrer problemas de saúde mental, possivelmente devido aos impactos psicológicos da perda de cabelo. Algumas delas são as seguintes:

Hipotireoidismo – é a doença mais frequentemente associada à alopecia areata. Nela, a glândula tireoide, cuja função é regular o metabolismo do organismo, o que engloba desde a temperatura corporal até os níveis de colesterol, produz menos hormônios do que o necessário para isso.

Diabetes tipo 1 - a doença, que também é autoimune, é causada pela ausência ou má absorção do hormônio insulina, responsável por quebrar as moléculas de glicose, garantindo energia para as células.

Doença celíaca - doença autoimune em que o sistema imunológico ataca o intestino delgado quando a pessoa consome algum alimento que contenha glúten, o que pode comprometer a absorção de nutrientes pelo órgão.

Asma – é uma doença respiratória crônica, na qual as vias aéreas ficam inflamadas e estreitas durante as crises, dificultando o ato de expirar.

Rinite alérgica - é uma resposta alérgica a agentes externos, como pólen, grama, ácaros ou pelos de animais, que pode provocar coceira nos olhos, nariz entupido, coriza e mal-estar.

Depressão e ansiedade – pessoas com alopecia areata têm um risco 38% maior de desenvolver depressão ou ansiedade.
 

Quais são os sinais e sintomas da alopecia areata?

A principal manifestação que a alopecia areata provoca é a queda repentina de cabelo e pelos. Em geral, o primeiro sinal são as falhas circulares no couro cabeludo. Porém, existem outras sinais e sintomas que merecem atenção, tais como:

Alteração nas unhas - entre as principais mudanças estão a aspereza, irregularidades e fraqueza das unhas. A mudança de cor para um tom avermelhado também ocorre entre 10% e 20% dos casos.

Perda dos cílios e sobrancelhas - isso pode acontecer antes ou em paralelo à queda dos cabelos. Por isso, é importante observar o aparecimento de falhas dos pelos nessas regiões do rosto.

Cabelos brancos - os fios brancos começam a aparecer, com mais intensidade, nas regiões onde a queda dos fios é maior.

Sensações no couro cabeludo - algumas pessoas com alopecia relataram sensações estranhas no couro cabeludo e/ou na pele antes da queda dos fios, como coceira, formigamento e queimação.

Como é feito o diagnóstico da alopecia areata?

O diagnóstico de alopecia areata é feito por um dermatologista. O profissional começará a investigação perguntando sobre o histórico de saúde pessoal e familiar do paciente. Além disso, ele pode realizar alguns testes durante a consulta e solicitar que alguns exames sejam feitos para a confirmação do diagnóstico:

  • Teste de puxão - o médico puxa alguns fios de cabelo ou de pelos do corpo para verificar se eles “quebram”.

  • Teste de tração - o dermatologista tira um pouco de cabelo de diferentes partes da cabeça. No caso de seis ou mais fios saírem de uma vez, é sinal de queda ativa;

  • Teste do cartão - um cartão de feltro é posicionado contra a pele do paciente, repartindo o cabelo. Dessa forma, fios pequenos e quebrados, que dificilmente são percebidos, ficarão nítidos;

  • Exames de sangue - ajudam a eliminar outras possibilidades ou contribuem com o diagnóstico, especialmente quando há déficit de ferro ou problemas de tireoide;

  • Biópsia do couro cabeludo - uma pequena amostra de pele do couro cabeludo é enviada para exames.

Como é o tratamento da alopecia areata? 

É importante que o tratamento seja indicado por um médico e que a pessoa com alopecia areata não se automedique. Os tratamentos têm como objetivo controlar a doença, diminuir as áreas sem cabelo e prevenir que novas apareçam. Eles fazem com que o folículo volte a produzir cabelo, e devem ser mantidos até que a doença se cure. Eles podem variar conforme a intensidade da doença, que pode ser leve ou limitada, moderada e severa.

Alguns medicamentos que se aplicam na pele, como corticoides, podem ser combinados com outros mais fortes, como sensibilizantes. Também podem ser usados corticoides injetáveis em regiões específicas do couro cabeludo ou do corpo. O dermatologista deve escolher a melhor opção junto com o paciente.

Qual o impacto da alopecia areata na qualidade de vida? 

O cabelo é parte importante da identidade das pessoas e contribui para a construção da autoestima. Por isso, falhas no couro cabeludo ou a perda total dos fios, podem trazer um grande prejuízo emocional. A queda dos pelos das sobrancelhas pode, inclusive, dificultar externar sentimentos por meio de expressões faciais, uma vez que elas são muito importantes nesse processo.

Além disso, pessoas com alopecia areata estão mais suscetíveis a problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, que podem afetar as relações pessoais, acadêmicas e de trabalho, além de causar alterações de apetite e do sono, que são fundamentais para a saúde geral.

Existe ainda o prejuízo dos aspectos funcionais relacionados aos pelos. Por exemplo, as sobrancelhas e os cílios protegem os olhos de agressões externas, incluindo suor, chuva, luz, poeira, micro-organismos e outras partículas. A organização dos cílios pode, inclusive, impactar no fluxo de ar ao redor do olho e na proteção da córnea. Já os pelos nasais ajudam a prevenir a entrada de partículas e germes no pulmão.

Referências
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