Cerca de 0,3 a 1,5% da população geral sofre de espondilite anquilosante, um tipo de artrite que afeta, principalmente, as costas e causa inflamação na coluna. A doença pode deixar toda a região rígida e dolorida, incluindo a caixa torácica e pescoço, o que prejudica a qualidade de vida das pessoas. Atualmente, há algumas oções de tratamento disponíveis para melhorar o bem-estar de quem convive com a doença.
A espondilite anquilosante, também conhecida como espondiloartrite, é uma doença inflamatória autoimune que pode causar a fusão de alguns dos ossos da coluna, chamados de vértebras. Esse processo torna a coluna menos flexível e resulta em uma postura curvada. Se as costelas forem afetadas, torna-se difícil respirar profundamente. A enfermidade tem uma maior incidência em:
Pessoas entre 20 e 45 anos de idade;
Homens;
Indivíduos que têm histórico familiar para alguma das doenças do espectro das espondiloartrites;
Pessoas que herdam o gene HLA-B27.
A espondilite anquilosante não tem causa específica conhecida, embora fatores genéticos possam estar envolvidos. Pessoas que têm um gene chamado HLA-B27 correm um risco muito maior de desenvolver a doença, já que ele está presente em cerca de 70 a 90% dos pacientes acometidos.
Também é possível que pessoas com o gene HLA-B27 nunca desenvolvam espondiloartrite.
Nos estágios iniciais, a espondilite anquilosante causa:
Rigidez e dor na parte inferior das costas no início da manhã que dura, pelo menos, 30 minutos e depois diminui ao longo do dia ou com prática de atividade física;
Dor no meio da noite;
Dor em uma ou ambas as nádegas e, às vezes, na parte posterior das coxas;
Redução da mobilidade e flexibilidade nos quadris, joelhos, ombros e caixa torácica.
A doença também pode levar a várias outras manifestações e complicações em todo o corpo, algumas até fora das articulações, como:
Inflamação ocular - dor ocular, vermelhidão, sensibilidade à luz e visão turva;
Doença inflamatória intestinal - dor abdominal, diarreia e outros sintomas gastrointestinais;
Complicações cardíacas e pulmonares - inflamação na aorta e nas válvulas cardíacas, inflamação do tecido do pulmão e redução da função pulmonar;
Osteoporose - enfraquecimento dos ossos;
Fadiga - cansaço crônico;
Inflamações de pele – com a psoríase, que causa manchas vermelhas e escamosas.
A doença pode ter uma influência significativa na vida de um paciente, afetando seu bem-estar físico e emocional de várias maneiras. A intensidade desses impactos varia de pessoa para pessoa, dependendo da gravidade da doença e de como ela é gerenciada.
Dor crônica e rigidez - tornam as atividades diárias desafiadoras e limitam a mobilidade. Essa dor pode interferir nas tarefas domésticas, trabalho e atividades recreativas.
Mobilidade reduzida – a redução da flexibilidade e amplitude de movimento na coluna e articulações pode tornar difícil realizar movimentos simples. Isso afeta a capacidade de uma pessoa de andar, subir escadas ou até mesmo amarrar os cadarços.
Deformidades da coluna vertebral - impacta a aparência e a capacidade de uma pessoa de executar funções básicas.
Impacto emocional - lidar com uma condição crônica não é fácil e pode prejudicar o bem-estar emocional de uma pessoa. A dor, a incapacidade e a incerteza sobre o futuro podem levar à ansiedade, depressão e estresse.
O diagnóstico é feito por um reumatologista, médico especializado em articulações, ossos e músculos. Não há um exame específico que mostra com clareza a espondilite anquilosante. O diagnóstico é feito com base em várias informações e testes, incluindo:
Histórico da condição e os sintomas, incluindo se a dor e o desconforto aparecem durante a segunda metade da noite;
Avaliação física;
Exames de sangue que detectam o gene HLA-B27;
Raios-x ou ressonância magnética;
A idade, já que na maioria das vezes a doença começa antes dos 40 anos ou muito mais jovem.
Chegar ao diagnóstico de espondilite anquilosante pode ser desafiador, principalmente em seus estágios iniciais, quando as alterações radiológicas ainda não são aparentes. Portanto, é crucial consultar um reumatologista já que a intervenção precoce é essencial para controlar os sintomas de forma eficaz, retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida.
O tratamento para a espondilite anquilosante visa aliviar a dor, reduzir a inflamação, melhorar a função articular e retardar ou prevenir a progressão da doença por meio de uma abordagem multidisciplinar, muitas vezes guiada por um reumatologista ou um especialista em doenças autoimunes.
Tratamento medicamentoso:
Anti-inflamatórios não esteróides - aliviam a dor e a inflamação;
Medicamentos antirreumáticos modificadores da doença - podem ser usados para reduzir a inflamação e retardar a progressão da espondiloartrite, especialmente em casos mais graves;
Terapias biológicas – As substâncias atuam no sistema imunológico para reduzir a inflamação, e são recomendadas quando os medicamentos não aliviam mais os sintomas.
Fisioterapia e exercícios:
Cirurgia:
Em casos raros e graves, a cirurgia pode ser considerada para corrigir deformidades da coluna vertebral ou substituir articulações danificadas, como o quadril e joelho.
Atenção: Converse com o médico para que ele indique o melhor tratamento para o seu caso.
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